Saiba como escolher azeite de qualidade

O azeite é um dos alimentos mais queridos pelos brasileiros. Segundo dados do Conselho Oleícola Internacional (COI), o Brasil é o segundo maior importador do alimento no mundo, tendo consumido cerca de 62 mil toneladas em 2023. O azeite também está presente na dieta mediterrânea, considerada uma das mais saudáveis do mundo. “Ele é constituído de gorduras monoinsaturadas, como o ômega-9 e compostos fenólicos bioativos. Isso ajuda na prevenção de doenças cardiovasculares, por reduzir o LDL-colesterol, e estar associado a efeitos neuroprotetores, anti-inflamatórios e antioxidantes”, explica Patrícia Souza, professora do curso de Nutrição da Universidade Veiga de Almeida (UVA). 

Patrícia ressalta que o melhor azeite a ser consumido é o extravirgem. A docente recomenda que, antes de comprar, o consumidor verifique atentamente o rótulo do produto, assim como a tabela de informação nutricional, e escolha o que apresentar o menor percentual de acidez livre. “O azeite extravirgem é a melhor opção porque é extraído da azeitona por processos mecânicos ou outros meios físicos, mantendo a temperatura controlada. Isso mantém as qualidades sensoriais e nutricionais”, complementa.

A professora explica que a avaliação da acidez em azeites é um parâmetro de qualidade. Isso significa que, através dela, é possível saber se a azeitona que deu origem ao azeite foi armazenada em local inadequado, o grau de maturação durante a colheita, se houve degradação enzimática ou presença de parasitas, dentre outros fatores. Azeites que apresentam grau elevado de ácidos graxos monoinsaturados, popularmente conhecidos como ômega-9, oxidam facilmente, perdendo a capacidade prevenção das doenças cardiovasculares.

Segundo a docente, os consumidores cometem três principais erros na hora de escolher azeite. O primeiro deles é não ler atentamente a denominação de venda do produto. O segundo é comprar “óleo composto” – produto resultante da mistura de óleos vegetais obtidos a partir de duas ou mais espécies vegetais, podendo conter especiarias ou outros ingredientes. Já o terceiro é olhar apenas o percentual de acidez livre, pois azeites que passaram por refino ou foram originados através de misturas podem apresentar acidez livre menor que o extravirgem.

Patrícia destaca que, na hora da compra, os consumidores devem dar preferência aos azeites que venham em embalagens de vidro escuro, já que oferecem melhor proteção contra a foto-oxidação, ou às latas de folhas-de-flandres, pois bloqueiam a luz e a entrada de oxigênio, controlando assim as reações de oxidação. “As embalagens plásticas têm a vantagem de serem leves e duráveis, porém devido à porosidade, permitem a penetração de luz, ar e umidade e a migração de pequenas moléculas do plástico que podem diminuir a qualidade do óleo e a segurança alimentar”, afirma.

O consumidor também deve estar atento ao país de origem e ao ano de colheita, mesmo que não haja exigência legal para essa informação, fornecida pelo fabricante a fim de demonstrar a qualidade do produto. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), todos os alimentos embalados devem apresentar o nome do fabricante, produtor ou fracionador da marca, além do país de origem dentre outras informações para serem comercializados em território nacional.