Nutrição virtual

Em tempos de pandemia e isolamento social, uma iniciativa do curso de Nutrição da Universidade Veiga de Almeida tem ganhado destaque entre seus profissionais. Com o objetivo de promover uma alimentação mais saudável para os funcionários, o setor de Recursos Humanos promoveu uma ação em parceria com os alunos que fazem estágio no Centro de Saúde Veiga de Almeida (CSVA). Durante a pandemia, os atendimentos presenciais estavam suspensos, e diante disso, os estudantes que já faziam estágio no local passaram a realizar consultas virtuais aos colaboradores da universidade sob a orientação das professoras responsáveis.

Para a docente Glaucia Figueiredo Justo — que coordena o projeto juntamente com as professoras Lucia Kurdian e Najla Farage — foram observados diferentes perfis de profissionais durante o atendimento virtual. “Durante a pandemia, nós observamos dois extremos: alguns dos pacientes conseguiam se alimentar bem, pois estavam em casa e preparavam a própria refeição, enquanto outros pediam muita comida por delivery, ou não tinham tempo para prepará-las em casa, por conta dos filhos ou pela rotina de trabalho”, afirma Glaucia.

Além dos benefícios para os funcionários, o projeto também representou uma oportunidade de crescimento profissional para os estudantes. Para a egressa recém-formada Natália Oliveira, que participou como estagiária durante o último semestre, tratou-se de uma experiência única e agregadora. “Minha participação como estagiária ocorreu desde o acompanhamento dos atendimentos, o estudo caso a caso dos pacientes, de sua rotina, hábitos, até a montagem e apresentação do plano alimentar, sanando dúvidas e fazendo trocas de acordo com a realidade do profissional. Pude aprender um novo formato de atendimento, que poderei aplicar no decorrer da minha vida profissional”, explica.

Os docentes têm aproveitado a oportunidade. É o caso da professora dos cursos de Engenharia Ambiental e Civil, Viviane Japiassú, que enxergou no projeto uma chance de adotar uma alimentação mais saudável. “O atendimento foi realizado com a participação de dois alunos coordenados pela professora Glaucia. Eles me fizeram uma série de perguntas sobre a minha rotina, objetivos e hábitos alimentares. A partir disso, os estudantes elaboraram um plano nutricional personalizado, respeitando meus horários e características pessoais. O mais interessante é que além das propostas de refeições, o plano também conta com tabelas de substituição de alimentos, o que facilitou a minha adesão ao plano proposto”, afirma.

Além da reeducação alimentar, o plano nutricional também estimulou a professora a praticar exercícios físicos. “Eu segui o plano à risca por pouco mais de um mês, e voltei a caminhar diariamente na vila onde eu moro. Durante esse tempo, perdi cerca de dois quilos e acabei até mesmo buscando novas receitas. Hoje, quando eu não sigo a dieta corretamente, sinto falta de um prato equilibrado. Eu gostei bastante do atendimento, eles foram bastante atenciosos e acredito que seja muito importante oferecer esse serviço a nós, professores”, acrescenta.

Ao atender uma demanda dos funcionários, o projeto de nutrição também mostrou um grande potencial acadêmico. “Foi uma experiência muito interessante que nós vivemos como professores, cuidadores e profissionais da área de Saúde. O projeto também deu origem a um artigo, submetido recentemente para uma revista científica, com foco nas experiências realizadas por diversos profissionais de Saúde durante a pandemia de COVID-19, explicando como foi realizado esse atendimento e a importância do projeto para a comunidade acadêmica”, finaliza Glaucia.

Por João Henrique de Oliveira, estagiário da Pró-Reitoria de Pós-Graduação de Pesquisa, Extensão e Inovação