Novembro Azul: Os sinais do câncer de próstata

O câncer de próstata é um tumor que afeta este pequeno órgão que faz parte do sistema genital masculino e se situa na região pélvica, logo abaixo da bexiga, à frente da porção final do intestino grosso. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), esse tipo de câncer é o segundo mais comum entre homens no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de pele. O instituto também estima o aparecimento de cerca de 71 mil novos casos em 2023.

Em definição, câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. “Ao decorrer da vida, as células normais se multiplicam para substituir as mais antigas. Quando essa multiplicação ocorre desordenadamente, formam-se tumores, que podem ser benignos – similares às células normais -, ou malignos – compostos de células agressivas, capazes de invadir outros tecidos ou órgãos”, explica Maria Carolina Falcão, professora de Atenção Primária à Saúde da Universidade Veiga de Almeida (UVA).

Na maioria das vezes, a fase inicial do câncer de próstata tem desenvolvimento lento e não vem acompanhada de sintomas ou prejuízos à saúde. Após esse período, é comum o desenvolvimento de dificuldade para urinar, demora para iniciar e/ou terminar a micção, diminuição do jato urinário, sangue na urina e aumento da vontade de urinar. Maria Carolina destaca que esses sintomas também são frequentes em outras condições benignas da próstata, como hiperplasia prostática benigna ou prostatite, e ressalta a importância de procurar um profissional da saúde em caso de manifestação de tais sinais.

O principal fator de risco para o desenvolvimento da doença é a idade, já que ela é mais frequente em homens a partir dos 60 anos. Outros fatores como histórico familiar, excesso de peso e cor da pele preta também contribuem para o aparecimento do câncer de próstata. “Além disso, a síndrome metabólica, o tabagismo e a exposição a agentes químicos relacionados ao trabalho também são considerados fatores de risco”, complementa a professora.

Práticas de vida saudáveis contribuem positivamente para redução do risco de doenças que causam alta mortalidade da população masculina, como doenças cardiovasculares e câncer de próstata. Maria Carolina pontua que é indicado manter a alimentação equilibrada e o peso corporal adequado, praticar atividades físicas, evitar consumo de bebidas alcóolicas em excesso, não fumar e ter comportamentos sexuais seguros, com uso correto de preservativos.

A investigação do câncer de próstata se inicia com a suspeita clínica após o desenvolvimento dos sintomas e envolve exames como o de Antígeno Prostático Específico (PSA) ou o de toque retal. O PSA é realizado no sangue e mede a quantidade de uma proteína produzida pela próstata que, a um índice elevado pode significar um tumor. “Já o exame de toque retal é realizado por profissional treinado e tem objetivo de identificar alterações no tamanho, textura e a forma da próstata, auxiliando-o na indicação de biópsia”, ressalta.

Já o tratamento varia de acordo com o grau de agressividade e comprometimento causado pelo tumor. “Cerca de 20% a 50% dos cânceres de próstata apresentam crescimento lento e é possível não realizar nenhum tratamento intervencionista, se beneficiando apenas de uma vigilância mais frequente com exames periódicos”, explica a docente. Outros casos podem ter indicação de radioterapia ou prostatectomia – cirurgia de retirada parcial ou total da próstata. Maria Carolina também reforça que a chance de sobrevivência após o diagnóstico da doença é alta e ultrapassa os 90%.