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Por Pedro Paulo Carvalho | 16/05/2024

Maio vermelho: mês de conscientização contra a hepatite

Campanha simboliza os esforços para prevenção da doença que acomete cerca de 1,5 milhão de brasileiros

O quinto mês do ano é marcado pela celebração da campanha Maio Vermelho, que tem como objetivo principal conscientizar a população da importância da prevenção contra a hepatite. A doença é silenciosa, ataca o fígado causando inflamação e pode ocorrer decorrente de infecção viral, principalmente da contaminação pelos vírus A, B e C. “O consumo abusivo de álcool, substâncias tóxicas e até mesmo o uso de medicamentos também podem causar o adoecimento do fígado”, explica Thaise Matos, médica e professora do curso de Medicina da Universidade Veiga de Almeida (UVA).

 

A infecção pela hepatite A ocorre após ingestão de água ou alimentos contendo resíduo de fezes contaminadas, ou após contato próximo com pessoa infectada. A hepatite B é transmitida por contato com sangue ou fluidos corporais e costuma ser aguda, durando semanas. Porém, em alguns casos a infecção permanece ativa por um longo período, de forma crônica, gerando complicações graves ao fígado. Já a contaminação pelo tipo C se dá a partir contato com sangue contaminado devido ao compartilhamento de agulhas, de forma transfusional ou pelo uso de material não estéril em procedimentos invasivos.

 

Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de um milhão de brasileiros vivem com hepatite B, mas apenas 264 mil foram diagnosticadas com a doença e 41 mil realizam o tratamento adequadamente. O relatório também aponta que a hepatite C é responsável pelo maior número de mortes, totalizando 76% dos óbitos causados por hepatites virais. Thaise alerta que é preciso ficar atento aos sinais iniciais da doença, como febre, indisposição, náusea ou vômitos e que a suspeição clínica é mais significativa quando há o aparecimento de urina escura e coloração amarelada nos olhos e na pele.

 

De acordo com a docente, a prevenção é a melhor medida para controlar a disseminação da doença. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece vacinação gratuitamente para crianças e grupos de risco, que previne contra o adoecimento da hepatite A e B. Com relação à hepatite A, o consumo de água fervida ou filtrada e a limpeza adequada de legumes e verduras interrompem a cadeia de transmissão. Já no caso das hepatites B e C, a adoção de medidas comportamentais de segurança irão contribuir, como o não compartilhamento de seringas e a realização de sexo com preservativo e de procedimento invasivos com material estéril.

 

Não há cura para a hepatite, mas existe tratamento, que varia de acordo com a gravidade da doença. O procedimento garante uma boa qualidade de vida aos pacientes e consiste em acompanhamento clínico, com controle dos sintomas, e avaliação sobre a necessidade do uso de antivirais por determinado período. “O tratamento da hepatite C, por exemplo, quando iniciado precocemente pode alcançar uma taxa de cura de mais de 95% dos casos com o uso de antivirais de ação direta”, destaca Thaise.

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