8 vícios de linguagem e seus impactos

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A intenção comunicativa em toda conversa é enviar uma mensagem. Mas, muitas vezes, essa mensagem não é interpretada corretamente pelo receptor por causa dos vícios de linguagem cometidos pelo falante. 

 

De forma ampla, vícios de linguagem são desvios gramaticais praticados de forma não intencional, ou seja, são formas de construção ou uso de vocabulário que fogem da norma-padrão do idioma.  

 

Isso inclui construções linguísticas inadequadas que podem dificultar a correta interpretação de uma mensagem, como desvios de sintaxe, erros no emprego de uma palavra, pleonasmo não intencional, ambiguidade de sentido e mais.  

 

No geral, os vícios de linguagem envolvem tanto a dicção quanto o vocabulário, pois inclui todos os fatores que alteram o fluxo normal da comunicação e geram ruídos que podem levar o emissor a ser mal interpretado ou passar informações incorretas.  

 

Obviamente, a linguagem é viva e está em constante mudança. Uma única palavra pode assumir significados bastante diferentes ao longo do tempo e em diferentes situações. É importante salientar, entretanto, que os vícios de linguagem tratam não de alterações naturais da língua, mas sim de equívocos ou erros que comprometem a comunicação e fogem da norma-padrão.  

 

Os vícios de linguagem são considerados prejudiciais, pois impactam negativamente tanto na vida profissional quanto na acadêmica, mas ainda são muito comuns. É necessário, portanto, saber o que são esses vícios e como eles são empregados no dia a dia, para que possamos evitá-los e, assim, melhorar nossa expressão oral e conseguir uma boa comunicação. 

 

Para te salvar dos vícios de linguagem e enriquecer o seu vocabulário, trouxemos alguns exemplos que devem ser evitados. Confira: 

 

 

1. Barbarismo

 

O barbarismo é o uso incorreto da língua, que consiste em pronunciar ou escrever palavras erradas, assim como usar palavras erradas ou inexistentes no idioma em questão.  

 

Exemplos: 

 

1.“Eu não tenho um probrema.” 

Uso incorreto da palavra “problema”. 

 

2.“Você gosta de uva paça no arroz?” 

Escrita incorreta do termo “passa”. 

 

3.“A infração está tão alta!” 

Uso incorreto da palavra “infração”, que significa “violação” de lei, no lugar da palavra “inflação”, que significa um aumento geral nos preços de bens e serviços em uma economia. 

 

 

2. Arcaísmo  

 

O arcaísmo é o uso de um elemento amplamente utilizado numa época anterior e que, em grande parte, caiu em desuso. Normalmente, os arcaísmos estão presentes apenas marginalmente aplicados, em contextos muito específicos ou com finalidades especiais, como, por exemplo, na linguagem jurídica. 

 

Exemplos: 

 

1.“Fremoso” em vez de “Formoso”

 

2.“Boticário” em vez de “Farmacêutico”  

 

 

3. Estrangeirismos

 

O estrangeirismo nada mais é que o uso desnecessário de uma voz, uma frase ou uma palavra de uma língua estrangeira no meio de uma comunicação verbal ou escrita 

 

Exemplos:  

 

1.“O livro foi um best-seller” em vez de “O livro foi um sucesso de vendas”; 

 

2.“Precisamos do budget desse projeto” em vez de “Precisamos do orçamento desse projeto”;

 

3.“Ele é muito cool” em vez de “Ele é muito legal”.

 

 

4. Pleonasmo vicioso 

 

O pleonasmo vicioso é o uso redundante não intencional de termos ou expressões, causando repetição desnecessária de uma mesma ideia. Consiste em adicionar enfaticamente a uma frase mais palavras do que o necessário para sua compreensão, a fim de embelezar ou adicionar expressividade ao que é dito. 

 

Exemplos: 

 

1.“Entrar para dentro” em vez de “Entrar”; 

 

2.“Sair para fora” em vez de “Sair”; 

 

3.“Subir para cima” em vez de “Subir”; 

 

4.“Descer para baixo” em vez de “Descer”; 

 

5.“Elo de ligação” em vez de “Elo”; 

 

6.“Ganhar grátis” em vez de “Grátis” ou “Ganhar”. 

 

 

5. Anfibologia (Ambiguidade) 

 

A Anfibologia é o uso de palavras ou frases com mais de uma interpretação, causando um ruído de comunicação que impede o interlocutor de compreender totalmente a mensagem. Também é chamada dissemia ou polissemia embora, a rigor, uma polissemia nem sempre seja uma anfibologia. 

 

Exemplos: 

 

1.“Venceram os argentinos os brasileiros.” 

Quem venceu e quem perdeu? 

 

2.“Maria, vi o Paulo na padaria com sua irmã.” 

Irmã de Maria ou de Paulo? 

 

 

6. Cacofonia 

A cacofonia é o efeito sonoro produzido pela proximidade de sons ou sílabas que têm a mesma pronúncia dentro de um discurso. Ela comumente gera um som desagradável, causando ruído na compreensão, e também pode acarretar em vocábulos com sentidos ridículos e até obscenos. 

 

Exemplos: 

1.“Cadê ela?” (cadela) 

 

2.“Uma mão lava a outra” (mamão) 

 

3.“Eu vi ela no shopping” (viela) 

 

4.“Eu amo ela mais que tudo” (moela) 

 

5.“Ela tinha olhos lindos” (latinha) 

 

7. Solecismo

 

Solecismo é um desvio gramatical que caracteriza infração às normas de sintaxe, ou seja, uma mudança brusca na construção da frase que produz uma inconsistência sintática, como se a sintaxe tivesse sido alterada no meio de uma frase. 

 

Exemplos: 

 

1.“Vou no banheiro” em vez de “Vou ao banheiro”; 

 

2.“Haviam muitos homens na praia” em vez de “Havia muitos homens na praia”; 

 

3.”Fazem três anos que pedi demissão” em vez de “Faz três anos que pedi demissão”;

 

4.“Comprei dois pastel para nosso almoço” em vez de “Comprei dois pastéis para nosso almoço”; 

 

5.“Cheguei na sua casa” em vez de “Cheguei à sua casa”. 

 

 

 8. Hipercorreção

 

A hipercorreção é um fenômeno linguístico que ocorre quando, para adotar um estilo culto ou prestigioso, modifica-se uma palavra ou construção padrão por acreditar erroneamente que é considerada incorreta ou pouco culta. 

 

Exemplo:  

 

“Se soubesse, eu tinha chego antes” em vez de “Se soubesse, eu tinha chegado antes”. 

 

Hipercorreção também consiste em acrescentar um som mesmo quando não há ditongo, como o som de “i”, na procura excessiva de correção e/ou adoção de estilo culto, como em: 

 

•  “Bandeija” em vez de “Bandeja”; 

 

• “Carangueijo” em vez de Caranguejo”; 

 

• “Prazeiroso” em vez de “Prazeroso”. 

 

O gerundismo é outro excelente exemplo de hipercorreção, pois também denota a intenção de utilizar uma forma “mais elegante” do idioma – mesmo que, do ponto de vista estrutural, esteja incorreto.  

 

Exemplo: 

 

 “Vou estar transferindo sua ligação” em vez de “Vou transferir sua ligação”. 

 

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